Poesia complicada, perdida, desmovimentada.

"Prometa-me uma tarde de inverno, onde o vento gelado bata em nossos rostos e possamos reclamar do lábio que treme, da mão que gela, que em um abraço já se esquentou, mas agora o coração gelou.
Que os ventos não levem seu cheiro, e meu cabelo bagunçado não permaneça por muito tempo assim, que possa com confiança tocar as entrelinhas interditadas de minha vida, para pelo menos um segundo de paz dar-me-á. Pode ser na padaria, na rua ou no bar. No banco da praça ou no chão, na grama talvez então...
Só lhe garanto minhas incertezas, meu olhar, e nunca meus pensamentos, como antes fora naquele dia de calor, na cerveja de almoço, dê-me a conta seu moço, num bar em agosto.
Prometa-me que será como sempre, como deveria ser, conversas normalizadas num contexto longe do passado, que as dores esteja agora no lixo e as alegrias na memória.
Posso esperar por isso como anseio a liberdade, como anseio bater asas e voar para longe, para onde pertenço e sempre pertenci, anseio por dias assim, dias que mostrem que perdidos nos devaneios mentais não chegamos a lugar algum, que mostrem-me que estar ali de fato poderia fazer, e faz, toda a diferença. E cada respiração sua foi contada por todas minhas células respiratórias."

domingo, 9 de fevereiro de 2014 às 22:25

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