Cinco, seis, sete da manhã. Quantas horas a mais irão se passar?
Nessa inconstante onda de sentimentos, que vez ou outra deixa-me dormir por semanas, mas hoje, fez-me acordar de manhã. Ao espanto de um sonho ruim, abro os olhos com o corpo tremendo. "Hoje não! Porque?". Olho pela janela, ainda é cedo, o céu mal começou a sorrir, está escuro e faz frio.
Caminho pela casa e fumo mais um cigarro, cada tragada um sentimento... Me faltam cigarros em momentos como esse.
Pensamentos devaneiam minha mente, há realmente algo que o universo queira me mostrar? Ou és o meu destino, tentando me dar outra lição?
Talvez seja os dois, ou talvez não seja nada disso.
Já dizia a música, "Mas as emoções, as vezes pregam peça em nós". Por via das dúvidas colocarei a culpa, não mais em meus hormônios, mas nos cosmos, no dito cujo inferno astral. Porém, todavia, entretanto, será isso mesmo? Ou apenas sentimentos indo e vindo na hora errada?
Não sei em que parte me encaixo nesse jogo e, para falar a verdade, não sei nem mesmo se quero jogar. Mas fui arremessada ao tabuleiro, sem me ditarem as regras, sem maneira alguma de escapar.
Me recuso a acreditar, mas tenho que jogar.
Como as pessoas se dão tão bem, nesse mundo, do jeito que ele está? Me falta alguma carta na manga? Alguém se esqueceu de me dar a espada, o cartão de dicas, ou todos têm acesso à uma informação que desconheço. Talvez tenham sofrido lavagem cerebral, para lhe faltarem algum senso, tiraram-lhes o coração, o sentimento, a compaixão.
Tudo vira uma bola de neve, enquanto tento acalmar meus pensamentos e redigi-los, não poderia nem ao menos listá-los, se não tivessem todos emaranhados, entrelaçados e alguns até fundidos entre si.
O tempo vai passando e por muita força de vontade, hesito em dar o primeiro passo, tudo em minhas entranhas dizem para correr, fugir. Sinto-me isolada do resto do mundo, e, sempre fazendo a coisa errada. Outro cigarro...
Penso em como desejaria tal abraço, porém não sei se faço por merecer... Tento me livrar da vontade de fazer algo insano, loucuras de amor, esquecer-me desse sentimento todo, desse sentimento tolo.
Amor, meu amor. Onde está você?  Eu não sei, e isso me dói. Onde procurar, onde lhe esperar?
Pois passaria a manhã inteira esperando-a, ouvindo o cantar dos pássaros, as pessoas passando pelas calçadas, na correria do dia a dia, sentada em uma pedra, na companhia de um bom livro, ansiando o momento de te olhar, pela primeira vez, no dia. Onde meus únicos devaneios seriam por qual rua irá aparecer, qual roupa estará usando, quão duradouro será o abraço e quão doce será o beijo.
Mas de alguma forma, hoje me levanto em penares, pois o sol já está quase acabando de nascer e ainda não sei, não sei de nada. Eu sabia que estava fugindo, será que era disso? Necessidade humana, estúpida de querer saber as coisas, mas se não fosse essa tal curiosidade, de onde surgiria a ciência, ou as leis da física? É um caminho novo, do qual nunca trilhei, o que não falta é medo, tanto quanto coragem. Porém, por onde começar, cadê as reeegras????? Fuck!
Coisas que ninguém sabe, e as vezes, depois de uma noite mal dormida, que vem escurecendo o caminho, tornando-o nebuloso e assustador, sinto vontade de não querer saber, deixar tudo para trás.
Porque será que o ser-humano é assim? Poderia ter nascido gato, ou pássaro, talvez até um golfinho, ou algo que ainda não descobriram, quem sabe um senhor do tempo? Vivendo numa galaxia distante, Gallifrey.
Ser ou não ser? Diria Shakespeare, porém finalizaria com Sócrates. "Só sei que nada sei"










quarta-feira, 10 de setembro de 2014 às 07:16 , 0 Comments