Desconstrução

Vamos lá!
Por que será que a desconstrução do coração é a que mais dói em mim?
Não se ao certo por onde começar os relatos que irão se formar na cabeça e, consequentemente, na página branca do computador.
Vamos começar pelos primórdios construídos dentro de cada serzinho que tenha alguma vez, se apaixonado.
Começa com aquela troca de olhares, daquele primeiro encontro,
onde algo misterioso liberta cadeias de hormônios e sensações invadem todo o corpo, involuntariamente.
Tudo relatado a seguir, vale da interpretação de cada um, seja o fato real ou inventário de uma mente devaneante numa noite de insônia.

Ser apaixonado por um ser apaixonante.

O coração bate forte, bate feliz, lembra-se do quanto é bom compartilhar momentos e ainda mais, emoções.
Tudo é intenso.
Há quem vá com calma, não se deixa levar.
Há também, os que lutam contra isso.
Eu me jogo mesmo e jogo dançando!
Tiro o sapato no asfalto quente, tiro minha roupa na chuva fria.
É uma constante desconstrução, a repeito do outro.
São maneiras, manias, diferentes das suas.
Pensamentos, ideologias, formas de lidar, formas de se expressar.
Um outro universo mesclando-se ao seu, que estava tão calmo, sereno em seu próprio mundo.
A desconstrução da posse, a desconstrução do ciúme, da liberdade e do próprio amor, tal ele, moldado por uma sociedade doente.
E mesmo quando chega ao final (do relacionamento), as desconstruções continuam,
de forma mais intensa e dolorosa.

Lidar com a ausência, com a cama vazia...
...Onde muitas vezes nasce a poesia...

... A mente se prende nos momentos mais lindos, dói.
De repente flashs de lugares, situações, palavras, gestos.
Por diversos momentos ao decorrer do dia, imagens não cansam de passar pela cabeça,
imagens que nem lembrava, imagens que vêm com mais sentimento do que no passado.
Por que? Por que? Por que?
E a desconstrução descama a pele, com a carne viva acordamos pela manhã, de novo, a cama vazia.
Desconstruir a ideia, os sonhos, as expectativas, o futuro criado na mente.

Deixar ir, deixar voar. Acreditar.

Deixar no passado o que o passado foi.
Amar.
Amar à distância, mandando beijos para a lua, mandando energias para o universo.
~~
Talvez essa desconstrução tão dolorosa, sirva para me lembrar, que toda desconstrução é dolorosa assim. Que eu deva apenas enfrentar e aguentar.
O mundo está doente e precisamos mudá-lo.
Tudo isso para tornar-me mais forte diante da sociedade em que vivemos.
...
Sofrer é necessário.





segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017 às 12:42 , 0 Comments