Radar.

"Fica pra outro dia, ser um cara importante.
Se quem importa, não se importa.
Tchau radar, vamos adiante."


Eu sempre fui assim mesmo, não que, de fato, algo não tenha mudado ao decorrer de todo esse tempo, mas que, de fato, alguns padrões provenientes não sei de que, me cercam e seguem ao longo de minha trajetória. Fazendo-me, em dias assim, refletir sobre seus devidos significados, erros, objetivos -há de haver algum- e soluções...
Não me julgo, porém, ser corajoso. Sou ser completo de defeitos, que certa noite, percebera que só lhe tinha amor dentro do peito. Não sei mais as leis da física, todas aquelas fórmulas e símbolos da tabela periódica, não sei falar de história nem mesmo de geografia. Não me importo...
Mas sempre fui assim, meio parte intensidade, meio parte partida das despedidas que couberam nas páginas da vida. Meio cheio, meio vazio, meio metade de metades.
Meio gato assustado, olhando sempre ao redor. Onde haverão de estar, as rotas de fuga, se algo der errado?
Meio cão carente, procurando por petiscos, pequenas recompensas de quem ama, um afago, um abrigo, um colo.
Pois sim, dessa vez não foi diferente.
A ferida sangra, cicatriza e abre-se novamente, com sua intensa repetição ao longo dos dias, ao longo das horas...
Nunca soube o que fazer, confesso.
Outra madrugada de devaneios, ao me encontrar com aquela antiga foto e aquela onda que bate, tão forte que parece ter força suficiente para matar.
Permaneço então assim, como sempre fui, como há de ser, até um dia não ser. Será?
Pois a esperança cresce em alguns cantos, encantos, acende uma pequena fagulha, mas a noite é fria ... e chove.
Então que chova e chore, que lave e seque.
Que caia, que foda-se! Que chore.
Tolice mesmo foi pensar, como até mesmo ontem pensara, que fosse assim tão fácil, assim tão diferente. Que mudar fosse, como um estralar de dedos, repentino após o aviso sonoro - súbito e de repente - . Tolice foi acreditar, cegamente, fielmente. Deixar-se levar, levar, levar, levou. Se foi.
Os olhos nos cegam, quando estamos diante da verdade que não queremos ver, dos sinais que lhe são enviados. Aproveitando-se de cada brecha, cada pequena oportunidade, parar falar, para sonhar, que assim, numa esquina qualquer, está destinado o encontro de dois amantes há pouco desolados, há pouco repartidos, mastigados. Mas perante tal cegueira, designados somos a, lutar, se esforçar e ver. Ver, Ver-dade. E as brechas continuarão lá, longe, longe, longe...
Tolice mesmo é tudo isso que chamamos de "amor".
Foi também, dar aquele primeiro passo, maior que o próprio espaço, tão complexo quanto tal fenômeno. Talvez seja também, não despedaçar-se completamente em braços que há muito não vê, que quase não mais reconhece, não falar tudo que está guardado, das noites incansáveis, das cartas não enviadas.
De que valem as palavras, se por vez, serão esquecidas, perdidas nas páginas virtuais, como tantas outras, ditas na mesma?
De que valem as palavras, se leitor nenhum há de saber seus procedentes?
De que valem as coisas, se não compartilhadas?
Nada muito faz sentido.
Pois, novamente, tolice fora acreditar.
Mas sempre fui assim mesmo, o fim não me parece tão diferente, como pensara no início.
Mas ah,

"Fica pra outro dia, ser uma obra prima."

https://www.youtube.com/watch?v=5jVvjs94r0U

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014 às 04:30 , 0 Comments

Aquele domingo sem graça, café frio na geladeira.
Lembrar de lembrar, lembrar de esquecer.
Lembrar de respirar, lembrar de viver.
Esquecer das lágrimas, das dores, do passado.
Esquecer para lembrar, lembrar para esquecer.

Os pensamentos ficam rodeando sua cabeça, sendo pescados em determinados momentos do dia, vindo-lhe a lembrança desagradável do adeus. Mas a memória não tarda a mudar, a espantar todas aquelas imagens que já se foram, pesca por vez alguns olhares, um sorriso lindo que passou pela calçada e com suas saias largas atravessou. Ao redor há campos, flores, cachoeiras.

Desconecta-se.

~ Adios!

domingo, 7 de dezembro de 2014 às 21:52 , 0 Comments

Quem?

Quem é você? Você veio para um café ou vai ficar mais tempo?
Quem é você? Quer sentar ou já vai?
Quem é você, você sabe?
Se não sabe, podemos descobrir.
Quem é você? Vai me dar a mão ou prefere ir sozinha?
Posso te acompanhar, deixar-lhe à porta e seguir. Não me importo.
Mas me diga, quem tu és?

O que faz aqui? Vamos passear?
É lindo conhecer-te.

Posso ficar, se quiser. Posso ir, se precisar (eu/vc).

O que tu queres? Diga-me, para eu saber, como agir, como lidar.
Me preparar, me abrir, me permitir.
Mas nem eu mesmo sei o que quero.
Sei que quero ficar mais um pouquinho antes de ir.
Vou esperar um vento mais forte bater e me levar, mas por enquanto estou aqui, você vai ficar então?
Ótimo. Pegue um cigarro...

Que tal um sorvete, um abraço, um beijo? Quer bala?

Quem sou eu? Vou ficar ou vou partir?
Não sei quem sou, mas vou ficar até descobrir e partir quando me perder.
Mas os dias têm muitas horas e o ano ainda tarda a acabar.
Sobram-nos mais alguns dias, muitas outras horas.
Mas em que ponto se dará o recomeço?

Quem somos então, senão desconhecidos se conhecendo a cada hora desconhecida que se passa?
Se renovando a cada novo segundo, cada nova experiência.
Quem somos então, senão parte da história que escrevemos, da parte que nos cabe a saber, a viver, a escrever. Capturando as fotos mentais de todos os momentos, aquele prédio, a montanha, o sol...
Os sorrisos, abraços...

~Não quer ficar mais um dia?
E outro... e outro...~

Quem é você? Quem sou eu?

O que somos nós, juntos?

sábado, 6 de dezembro de 2014 às 04:34 , 0 Comments

Uma brisa que não quero editar...

02:23 Dona Ervilha Revanges [17]: e ai
02:23 Bruka Waxordo Revanges [136]: ai que pensei num baguio loko
02:23 Bruka Waxordo Revanges [136]: hahahah
02:23 Bruka Waxordo Revanges [136]: bem, ele não acaba
02:23 Bruka Waxordo Revanges [136]: NUNCA
02:24 Bruka Waxordo Revanges [136]:  
02:24 Bruka Waxordo Revanges [136]: enfim ...
02:24 Bruka Waxordo Revanges [136]: tava refletindo sobre mim, né... Como mus sentimentos se organizam
02:24 Bruka Waxordo Revanges [136]: e tal
02:24 Bruka Waxordo Revanges [136]: como é esse amor
02:25 Bruka Waxordo Revanges [136]: ai fiz uma metáfora, de que os sentimentos, algumas veszes, temos que jogá-lo pro alto, qndo agt ama mto uma pessoa e ela qr voar, ou ela simplismente se esvai
02:26 Bruka Waxordo Revanges [136]: e há uma camada, no céu, que jogamos essa energia, e ela vai crescendo se alimentada, e como uma núvem, qndo pesada, ela cai em nossas cabeças
02:26 Bruka Waxordo Revanges [136]: trazendo tudo a tona
02:26 Bruka Waxordo Revanges [136]: o q acontece qndo eu encontro algumas pessoas, dais quais amo e sou apaixonada
02:27 Bruka Waxordo Revanges [136]: parece que acende um fogo, uma chama e tudo vem
02:28 Dona Ervilha Revanges [17]: jiló veiiiiii
02:28 Dona Ervilha Revanges [17]: eca
02:29 Bruka Waxordo Revanges [136]: mas as pessoas tem esse problema
02:29 Dona Ervilha Revanges [17]: hm
02:29 Bruka Waxordo Revanges [136]: de não alimentarem isso
02:29 Bruka Waxordo Revanges [136]: jogarem td sentimento compartilhado, no passado
02:29 Bruka Waxordo Revanges [136]: e pegar o aprendizado e seguir em fte
02:29 Bruka Waxordo Revanges [136]: qndo a nuvem cai, agt pode esquivar
02:29 Bruka Waxordo Revanges [136]: e ela se vai pra sempre
02:29 Bruka Waxordo Revanges [136]: ai podemos dizer que o amor morreu
02:30 Bruka Waxordo Revanges [136]: pois não foi devidamente cuidado, e mesmo qndo cuidou-se sozinho, não foi agarrado
02:30 Bruka Waxordo Revanges [136]: caindo no vazio, do esquecimento

às 02:35 , 0 Comments

daqueles blogs de 'um café e amor, quentes.Por favor.'

Da próxima vez, vá aos poucos.
Não imaginas quanto dói.
Vá com calma e não hesite.

Da próxima vez, espera o café ficar pronto, coloque as coisas no lugar, termine de fumar.
Dê um último beijo e não saia correndo.
Pode ser que isso cause danos maiores, desnecessários.

Tudo vai continuar como sempre,
as coisas estarão no mesmo lugar,
o mundo vai girar, vamos cair e levantar.

Mas pode respirar.

Lembre-se de deixar boas memórias e tudo engasgado, para fora.


Da próxima vez não vai ser eu,
da próxima vez há de haver alguma primeira vez.
Há de haver.

Da próxima vez, refaça as malas, peça ajuda.
Espere o café esfriar
Vá aos poucos até sumir, como bolhas de sabão ao céu...
E segue, e voa.
Mais algumas semanas, 'só um pouquinho de proteção'.

Mas vai, como veio...

Devagar, intenso e para sempre.

Da próxima vez.
~~

"...quentes, por favor."

terça-feira, 2 de dezembro de 2014 às 04:59 , 0 Comments

A geração do passa passa.

Tudo passa, tudo passa.
Mas que palavra sem graça.

Mas é real, tudo realmente passa, mas será que passa porque precisa, ou porque deixamos passar?
É fácil seguir a inércia do mar. Difícil é nadar.
Deixar que as coisas passem, não é alivio para ninguém.
Nesse mundo, ninguém mais quer segurar nada.
Tudo é tacado pro alto, porque um dia vai passar.
É tanto amor passando, é tanta mentira rolando,
que difícil mesmo é saber o que é verdade.

Difícil saber por onde seguir, onde pisar.
O ser humano é tão social, e tão... estranho.
Mas como ser social nessa sociedade que as coisas são coisas,
pessoas são pessoas, e sentimentos não importam?
Como ser social na sociedade momentânea,
onde coisas ocupam lugares de coisas,
pessoas substituem pessoas, e o dinheiro manda?

Não há flor que sobreviva,
não há sol que pare de queimar,
não há ser que se possa viver, acreditar.
Nada a fazer, esquecer.

Mas, vai passar. Como tudo passa.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014 às 02:17 , 0 Comments

Ali jazz o romantismo.

Não há mais motivos,
o céu estava claro de mais.

~Levantou-se certo dia, colocou as roupas para lavar.
Cabelo bagunçado, cara de sono, caminhou cambaleando para a cozinha, vazia.
Refletiu por alguns segundos ao admirar o teto, tão branco, vazio.
Teve devaneios ao observar o céu lá fora, os pássaros voando, voando, voando.
Sabe que não pode voar como eles, mas ao fechar os olhos, pode sonhar e a sensação é como o bater das asas, rumo a um objetivo.
Porém algo está queimando, dentro do peito, fazendo tudo ficar mais complicado, mais dolorido.
Como aliviar essa dor, não sabe. Investe em algumas metáforas, alguns pensamentos, e algumas tentativas já falhas. Hora de tomar alguma atitude. Mas porque? Valeria a pena? Iriam lhe escutar?
Cansou-se de pensar, de chorar e de lamentar. A verdade estava estampada em sua face, quase que rindo em sua cara~ Na vida existem poucas promessas que são eternas, lembra-se daquele primeiro 'eu te amo'~ Porém tudo já estava mais do que certo, mais do que real. A verdade dói. Nem sempre é precisa ser dita e fatos e atitudes mostram por si só o que a boca não é capaz de falar e o coração de aceitar. Sentou-se na cadeira e fumou mais um cigarro, tentando manter todas as boas memórias, todos os momentos, mas algo está errado, as lágrimas voltam a tentar cair. Respira fundo entre uma tragada e outra, não consegue acreditar, foi tudo uma mentira. Algumas coisas realmente não fazem sentido, sentido nenhum fazem algumas coisas.
Hora de levantar. Pegou aquelas fotos, os livros, as roupas. Jogou em algum lugar por ai, jogou ao mar as memórias. O destino que se foda, ter total controle sobre os sentimentos, desenhar uma nova história. Não há mais nada que possa ser dito, que possa ser escrito, recitado, desenhado, demonstrado, para mudar o trágico fim, a decorrência dos fatos.
O romantismo morreu, afogado nos mares das desilusões...
Foram-se queimados alguns papeis, aquela carta que nunca terminou, nunca entregou.
A esperança teve que morrer, a estaca teve que sair e deixar o organismo seguir seu fluxo de regeneração.
Voltou para casa, sentou-se à mesa de domingo, pegou as roupas na máquina, o céu de novo lhe traz lembranças, será que alguém poderia imaginar, que por trás desse sorriso, o coração ainda sangra e chora, e dói. Dói. Dói...
Desmorona-se então no travesseiro, como nas últimas noites.

~~


Não faz sentido,
não é mais tão colorido.

às 01:54 , 0 Comments