Ali jazz o romantismo.

Não há mais motivos,
o céu estava claro de mais.

~Levantou-se certo dia, colocou as roupas para lavar.
Cabelo bagunçado, cara de sono, caminhou cambaleando para a cozinha, vazia.
Refletiu por alguns segundos ao admirar o teto, tão branco, vazio.
Teve devaneios ao observar o céu lá fora, os pássaros voando, voando, voando.
Sabe que não pode voar como eles, mas ao fechar os olhos, pode sonhar e a sensação é como o bater das asas, rumo a um objetivo.
Porém algo está queimando, dentro do peito, fazendo tudo ficar mais complicado, mais dolorido.
Como aliviar essa dor, não sabe. Investe em algumas metáforas, alguns pensamentos, e algumas tentativas já falhas. Hora de tomar alguma atitude. Mas porque? Valeria a pena? Iriam lhe escutar?
Cansou-se de pensar, de chorar e de lamentar. A verdade estava estampada em sua face, quase que rindo em sua cara~ Na vida existem poucas promessas que são eternas, lembra-se daquele primeiro 'eu te amo'~ Porém tudo já estava mais do que certo, mais do que real. A verdade dói. Nem sempre é precisa ser dita e fatos e atitudes mostram por si só o que a boca não é capaz de falar e o coração de aceitar. Sentou-se na cadeira e fumou mais um cigarro, tentando manter todas as boas memórias, todos os momentos, mas algo está errado, as lágrimas voltam a tentar cair. Respira fundo entre uma tragada e outra, não consegue acreditar, foi tudo uma mentira. Algumas coisas realmente não fazem sentido, sentido nenhum fazem algumas coisas.
Hora de levantar. Pegou aquelas fotos, os livros, as roupas. Jogou em algum lugar por ai, jogou ao mar as memórias. O destino que se foda, ter total controle sobre os sentimentos, desenhar uma nova história. Não há mais nada que possa ser dito, que possa ser escrito, recitado, desenhado, demonstrado, para mudar o trágico fim, a decorrência dos fatos.
O romantismo morreu, afogado nos mares das desilusões...
Foram-se queimados alguns papeis, aquela carta que nunca terminou, nunca entregou.
A esperança teve que morrer, a estaca teve que sair e deixar o organismo seguir seu fluxo de regeneração.
Voltou para casa, sentou-se à mesa de domingo, pegou as roupas na máquina, o céu de novo lhe traz lembranças, será que alguém poderia imaginar, que por trás desse sorriso, o coração ainda sangra e chora, e dói. Dói. Dói...
Desmorona-se então no travesseiro, como nas últimas noites.

~~


Não faz sentido,
não é mais tão colorido.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014 às 01:54

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