O conto da garota dos sonhos.

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A tarde caira e criava para si mesma uma linda história.
Gosto de sangue em seus lábios, raiva em seus olhos. A cidade estava completamente destruída, foi onde acordara.
Garrafas de diversas bebidas jogadas, presumira que bebera tudo na noite passada, o que explica muitas coisas, como por exemplo, aquela terrível dor de cabeça, seguida pela amnésia.
Estava tudo escuro, e destruído. Cheiro de plástico queimado.
Andando algumas quadras, encontrara um pequeno bilhete, abriu-o então, esperando por respostas, porém estava quase ilegível, pois havia sido queimado no meio de toda a confusão.

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Era uma bela manhã de domingo, tudo havia virado de ponta cabeça, sua vida estava pelos ares. Uma pequena garota com seu grande coração machucado chorava em uma certa esquina, havia certas lágrimas de dor, e ódio, vontade de correr, fugir. A tarde vinha chegando e o sol começava a esfriar. Nunca existiu tal criatura, com tamanha raiva que fosse capaz de fazer o que vi naquela noite. Tudo estava escuro, a rua começara a ficar vazia. Com algumas garrafas na mão, bebia e jogava tudo longe, queria quebrar, matar e morrer. Pegou então um galho qualquer, forte como uma pedra, e foi assim acertando vários carros. O som dos alarmes era música para seus ouvidos, havia atingido um estado tão grande de foda-se que mal sabia controlar-se.
Passava pela rua correndo e destruindo tudo. Janelas, carros, vidros, vidraças... Colocando fogo pelas paredes, queimando bancos e bancas. Nesse dia leitores, apenas nesse dia, só havia ela nesse mundo, pois criara para si, sua própria realidade. De repente teve uma idéia, sempre quis atirar em alguma coisa, então imaginou várias armas de fogo em sua mão, subiu ao ponto mais alto da cidade e começara e destruir tudo aquilo que fora criado pelos homens. Homens, humanidade nojenta, destruira todos os seus sonhos e planos, agora ela vivia nessa vida vazia.
De repente sonhou que podia voar, e saiu voando pela cidade, tacando bombas em todos os prédios e residências... Costumava sonhar com amor, com caridade e um mundo melhor, porém se cansou d toda aquela baboseira clichê de se apaixonar, da paz mundial. Queria mesmo era explodir, descontar toda sua raiva e dor, nas coisas solidas e materiais. Queria colocar fogo, para começar, sozinha do zero. Sem televisões manipulando, sem carros, sem energia e sem fast -foods.
E assim acaba mais uma viagem da garota dos sonhos.

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quarta-feira, 21 de março de 2012 às 22:50

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