Quando era tudo normal.

E você se foi como o vento que soprou.
Como aquele vento que me trouxe seu perfume, aquela primeira vez.
Levou toda minhas inspiração, deixou-me aprisionada em um mundo livre, mas liberdade não estava mais em meu vocabulário, quando me vi entrelaçada em seus lençóis, quando vi minhas cores misturadas com toda a harmonia de sua casa.
Você se lembra?
Pois lembro de ter jurado meu amor em silêncio, enquanto ela dormia, enquanto me contava seus segredos, enquanto chorava em meu colo.
Lembro de ter imaginado a dor da separação, do sumiço daquela intensidade, lembro de ter imaginado tudo o que passei desde que foi embora.
Faz quase um ano, sei lá.
~~


"Era uma tarde normal, como todas as outras.
Meus planos eram os de sempre, trabalhar e aninhar-me naqueles cabelos.
Peguei o caminho, desenhando em folhas pequenos presentes, pequenos agrados.
Era uma tarde como todas as outras, fiquei para o café, sentei no sofá, esperei o jantar.
Dançávamos pela sala, pela cozinha, pela casa inteira, o som alto das caixinhas do computador.
Eu ara apenas mais um apaixonado, louco por aquela pessoa, que dançava, surtava e sempre se queimava no fogão. Um inocente, querendo carregar todas as dores daquela menina, que demasiadas vezes chorava, com alma de poeta, acreditando no felizes para sempre.
A noite caíra e era uma noite como todas as outras, a gente fala sobre a vida, fala sobre o passado, sobre o presente e o futuro fica para mais tarde, para o nunca mais.
Era uma manhã como todas as outras, eu levantava para o café, enquanto nossos corpos ainda quentes se desfaziam dos nós e partiam para mais um dia normal.
Mas até ai, era tudo normal antes daquele oi, daquela conversa, daquele beijo roubado, e das confissões de boteco. Fui cada vez mais me adentrando naquele pequeno universo, tão distante do meu, tão conturbado quanto meus pensamentos mais profundos. Entrei de cabeça em um oceano em fim, sem medo de me afogar. Mas no fim, as lágrima serviram para forçar-me a nadar para longe de toda essa tempestade.
Parecia outra tarde normal, às idas e vindas do trabalho, ela disse que me amava..."

Dois meses depois, desaparecia... 

quarta-feira, 30 de setembro de 2015 às 03:54

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